domingo, 27 de novembro de 2011

Reforma ortográfica, para quê?


Hoje, fuçando a net, encontrei um artigo muito interessante falando sobre a reforma ortográfica. Na época do bochicho, quando soube dessa reforma, fiquei indignada, pois essa ideia (agora sem acento, eca!!), na minha opinião, só veio para trazer mais confusão à nossa mente. Por que inventar moda? Pra que mudar?!! Invenção de quem não quer se preocupar com coisas mais importantes.

Ainda fico indignada quando tenho que parar para pensar que para - verbo deixou de ser acentuado para diferenciar de para - preposição. Coisa chata isso!!!

Pena que só li esse texto agora. Foi escrito em 2007 pelo professor Sérgio Nogueira. Mas independente da data que foi escrito, concordo plenamente que o Brasil precisa de reformas, mas não na ortografia e sim "Precisamos de reformas na política, na economia, na educação, no judiciário."




Logo abaixo estará o link para quem quiser ler os comentários no blog do professor

Reforma ortográfica, para quê?

qua, 07/11/07
por Sérgio Nogueira |
categoria Dicas

Anda pela internet um alerta sobre uma possível reforma ortográfica. Parece manifesto terrorista.
Diz o texto que “até o final de 2007, entrará em vigor o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Os países-irmãos Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste terão, enfim, uma única forma de escrever.
As mudanças vão acontecer porque três dos oito membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) ratificaram as regras gramaticais do documento proposto em 1990. Brasil e Cabo Verde já haviam assinado o acordo e esperavam a terceira adesão, que veio no final do ano passado, em novembro, por São Tomé e Príncipe”.
Quer dizer que três decidem o que oito terão de fazer? Isso é acordo? Fico impressionado com o poder de São Tomé e Príncipe, de Cabo Verde e, principalmente, do Brasil.
Não há dúvida de que o Brasil necessita de reformas, mas não na ortografia. Temos problemas mais urgentes. Precisamos de reformas na política, na economia, na educação, no judiciário.
Pelo visto, diante da dificuldade de fazer outras reformas, vamos mudar a ortografia. Se resolvermos os problemas do nosso sistema ortográfico, o brasileiro “com certeza” viverá melhor.
Mais adiante, o texto fala em unificação: “O português é a terceira língua ocidental mais falada, após o inglês e o espanhol. A ocorrência de ter duas ortografias atrapalha a divulgação do idioma e a sua prática em eventos internacionais. Sua unificação, no entanto, facilitará a definição de critérios para exames e certificados para estrangeiros”.
Ah, bom! Agora entendi. Estamos preocupados com os estrangeiros.
Até o santo nome do mestre Antônio Houaiss foi usado: “A escrita padronizada para todos os usuários do português foi um estandarte de Antônio Houaiss. O filólogo considerava importante que todos os países lusófonos tivessem a mesma ortografia”.
Entendo que uma padronização até poderia ser saudável, mas é quase impossível, e a verdade é que temos problemas mais sérios para resolver. Por dar consultoria a empresas jornalísticas há mais de dez anos, sei o quanto é difícil fazer uma uniformização.
Tenho meus temores, pois quem gosta exageradamente de padronizações é porque, no fundo, prefere uma “ditadura” a uma saudável flexibilidade que todas as línguas vivas apresentam.
Se a idéia de uniformização era um dos sonhos de Antônio Houaiss, fico sem entender os critérios que levaram a equipe de lexicógrafos do seu dicionário a registrar (a meu ver, acertadamente) vários vocábulos com dupla grafia: aterrissar/aterrizar; catorze/quatorze; co-seno/cosseno; hidrelétrica/hidroelétrica…
O texto da reforma aborda algumas mudanças: fim do acento circunflexo em palavras terminadas em “ôo(s)” e “êem” (abençôo, vôos, crêem, dêem, lêem, vêem); fim do acento agudo nos ditongos “éi” e “ói” (idéia, heróico); fim do trema (lingüiça, seqüência); fim do acento usado em “pára” (verbo) para diferenciar de “para” (preposição).
Gostaria de saber qual é a vantagem. Que ganhamos com isso?
Só posso imaginar que os defensores do fim do trema ficarão felizes. Querem acabar com o trema, que podemos aprender em um minuto, e ninguém fala do hífen, que nos incomoda durante toda a vida.
E a volta da letra “k”. Que alegria! Agora, vou poder escrever sem erro: disk-pizza, disk-chaveiro, disk-borracheiro, disk-sexo…
O alfabeto voltaria a ter 26 letras. Que bom! Se as palavras não poderão ter duas grafias, onde vamos usar o “w” e o “y”? É bom lembrar que, em palavras estrangeiras e nos adjetivos e substantivos do português derivados de nomes estrangeiros (kantismo, shakespereano), o uso do “k”, do “w” e do “y” nunca foi proibido.
Até parece que escrevemos mal por culpa do nosso atual sistema ortográfico, o qual aprendemos por memória visual, pelo bom hábito da leitura.
O que nos falta é incentivo à leitura, é melhorar nossas condições de ensino, é remunerar melhor os professores…
Falta é vontade política de se fazer uma real reforma na educação.
Em tempo: No dia 14 de setembro, em reunião no MEC, ficou decidido que o Brasil não vai 
implementar a tal reforma enquanto Portugal não aderir ao acordo.

http://g1.globo.com/platb/portugues/2007/11/07/reforma-ortografica-para-que/




Um grande bju pra todos!!

Cristina Calazans

Imagens: http://www.google.com.br/search?q=reforma+ortografica 


domingo, 28 de agosto de 2011

Além da Sala de Aula

          
           Esses dias assisti  “Além da Sala de Aula” ou "Além do Quadro Negro" e fiquei impressionada com a história do filme, com a perseverança da professora que estava iniciando a sua vida profissional. Sua primeira turma foi um grande desafio. Sem a mínima estrutura física para dar aulas, alunos desmotivados, pais desinteressados, famílias desestruturada, mas aquela professora era um exemplo de educadora. Que amor que ela tinha pela Educação, quanto comprometimento. Diante de tantos desafios, lutou para levar o ensino aos alunos. Modificou o espaço físico, procurou conhecer a realidade dos alunos, buscou a participação dos pais que eram tão arredios e sem instrução. Em alguns casos, ensinou pais a serem responsáveis pelos  filhos. Além de ensinar as disciplinas, ensinou valores. Procurou novas formas de ensinar. Tentou por diversas vezes buscar ajuda através das autoridades, mas foi rejeitada, no entanto, não desistiu, fez a sua parte. Será que os educadores de hoje exercem sua função com todo esse amor?
        Outro fator muito importante que já havia pensado, discutido com algumas amigas e que o filme mostrou, foi o fato da professora ter uma família estruturada. O marido apoiava suas iniciativas. Com dois filhos pequenos, não deixava de exercer o papel de mãe. Como é importante uma família estruturada, mas, infelizmente, sabemos que essa é uma rara realidade do mundo de hoje.
Muitos educadores reclamam das famílias desestruturadas de seus alunos, mas esquecem de olhar sua própria vida, sua família, que muitas vezes não são tão diferentes das dos educandos.   Essa falta de estrutura familiar do professor contribui para mau humor dentro das salas de aulas, rispidez com alunos, trabalho mal feito, isso quando é feito. Sabemos que o sistema educacional é composto na maioria por mulheres. Mulheres = seres complicados, que trabalham com mulheres, que geralmente vem de uma família desestruturada, sem o apoio de um companheiro, que dificilmente consegue, quando tem, educar seus próprios filhos. Mulheres que lidam com a educação, que é um trabalho árduo, exige perseverança, dedicação, paciência, lucidez, mas antes de tudo isso, tem que ter muito amor. Acho que a partir disso podemos começar a imaginar um dos porquês de tantos problemas dentro de uma instituição de ensino.
            Esse filme me fez lembrar Paulo Freire. Freire revelou ao mundo uma educação para além da sala de aula, da educação formal, capaz não só de ensinar conteúdos e comportamentos socialmente esperados e aceitos, mas também capaz de conscientizar à todos. Será que os professores têm buscado essa prática?
            Ah, logo que a professora começou seu trabalho árduo, engravidou. Grávida, cheia de desafios, de obstáculos e foi até o fim. Será que existem educadores dispostos a passar por tudo isso, por amor à educação?

Esse filme é um fato verídico. 

Recomendo também “Primeiro da Classe”. Um professor com síndrome de Tourette que desafia a todos a se tornar um excelente educador. Também é inspirado em uma história verdadeira.

"Mudar é difícil, mas é possível!" Paulo Freire

Abraços

Cristina Calazans

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Hábito Gostoso da Leitura: Incentivo ou Necessidade

Não vim de uma família onde me ensinaram a gostar da leitura. Ninguém na minha família tinha o hábito de ler. Só obtive o hábito da leitura quando entrei na faculdade, mas isso contarei mais adiante. Independente de ter o costume da leitura ou não, sempre pensei: Quando tiver filhos, vou ensiná-los a adquirir esse hábito tão valioso. Assim o fiz. Quando minha filha mais velha nasceu, antes dela dormir, eu ou meu marido líamos para ela. Quando ela fazia aniversário, além de um brinquedo, sempre vinha um livro de quebra, depois  eu perguntava sobre a história do livrinho. Conversávamos sobre a importância da leitura. Era o máximo ver a minha filha aprendendo a ler....  Hoje essa minha filha tem doze anos é uma devoradora de livros. Quando comecei a me deparar com essa realidade, não acreditava, por isso comecei a fazer muitas perguntas sobre os livros, e aí... "Não é que ela leu mesmo". Ela lê os mesmos livros várias vezes quando demoramos a comprar, caso contrário ela apela pela Internet mesmo. Um dos passeios que ela mais curte, é uma livraria bem grande que tenha muitas opções de livros e um espaço para ela sentar e escolher. Resolvi fazer esse relato, para poder enfatizar a importância de ensinar,  de direcionar a criança a gostar de livros, da leitura.
Depois de quase cinco anos veio a minha filha mais nova que hoje está com sete anos e seguindo a mesma prática de leitura da mana. Devora livros, quer sempre um livrinho novo, está lendo cada vez mais rápido. Quando pergunto: Cadê o livro? Já li, mãe!!  Como não pode faltar, pergunto o que achou do livro e sobre a história do mesmo. 
Como disse no início, não fui estimulada ao bom hábito da leitura, no entanto, quando cheguei à faculdade senti a necessidade de ler, ler e ler. Afinal, não queria me sentir como um peixe fora d’água. As minhas colegas de turma, quase todas, já eram professoras e eu ali, sem saber nadica de nada dos assuntos, dos autores que elas falavam. Pensava: Meu Deus, nunca ouvi falar disso ou desse. Que nada, era só praticar a leitura que iria conhecer tudo o que elas debatiam.
Meu marido também não foi criado com o hábito de ler, adquiriu pela necessidade. Ele também tem a mania gostosa da leitura e gosta muito da internet, como eu, para adquirir informação e conhecimento.                                                                                                         

Acho interessante escolhermos um livro cujo o assunto seja de grande interesse nosso e colocá-lo dentro da bolsa. Muitas vezes estamos em uma fila ou esperando por algo na rua e nesses momentos, ao invés de estarmos pensando em algo que geralmente são os nossos problemas ou algo que temos para resolver, podemos desviar a nossa atenção para o livro.
Ouço alguns pais dizerem: Criança só gosta de ganhar brinquedos. Será? Se a criança não gosta de ganhar livros é porque ela não foi estimulada a isso. Os livros hoje interagem com as crianças e isso é o “começo do início” para o incentivo à leitura.
A leitura permite formar uma sociedade consciente, proporciona melhoria da condição social e humana. Quantas vezes vimos pessoas perdendo algo ou sendo passada para trás porque não sabem dos seus direitos? Quantas pessoas são pegas de surpresa porque não sabem os seus deveres? Quantas instituições, empresas, jogam sujo porque têm a certeza que a maioria das pessoas não lêem e, a partir disto, vão deixar passar o que é de interesse lesivo de quem tem o conhecimento? A leitura desperta o senso crítico. Quantas pessoas se sentem acoadas, humilhadas por outras, por não ter o senso crítico?
Apesar da escola ser um espaço onde adquirimos conhecimento, informação, muitas vezes os livros passam desapercebidos. Não é só em escolas públicas, não, pois já vivenciei algo parecido em escolas particulares. Não incentivam as crianças à leitura e quando distribuem livros, não tem fundamento, não tem propósito, a criança leva o livro para casa e quando volta com o livro para a escola, é colocado no lugar e pronto. É só para que os pais pensem: Nossa, essa escola está “incentivando” meu filho a ler, “incentiva” a leitura. Os pais que não estão inseridos no processo educativo dos filhos, não vão descobrir a artimanha da escola. Esta não elabora trabalhos direcionados com o livro, sequer a professora faz perguntas para que as crianças partilhem do momento de cada um com a leitura. Já presenciei biblioteca fechada na hora do recreio, ou seja, justamente no momento em que a criança tem o tempo livre e que poderia vistar à biblioteca, não tinha como.     
Não basta ter livros na escola, ter biblioteca ou o professor está inserido no processo motivacional somente dizendo: Que bom! Levem o livro para casa! Segundo KRIEGL (2002) “não consiste em que o professor diga: Fantástico! Vamos ler! Mas que elas mesmas (as crianças) o digam ou pensem. Isso se consegue planejando bem a tarefa de leitura e selecionando com critério os materiais que nela serão trabalhados, tomando decisões sobre as ajudas prévias de que alguns alunos possam necessitar evitando situações de concorrência e promovendo, sempre que possível, aquelas situações que abordem contextos de uso real, incentivem o gosto pela leitura e façam o leitor avançar em seu próprio ritmo para ir elaborando sua própria interpretação”.
A leitura traz: Integração social, desenvolvimento de um olhar crítico, ampliação de horizontes, ampliação do vocabulário, capacitação de profissionais, aumento da autoestima etc..  Quantas coisas, não é mesmo?! Então, por que não incentivar à prática da leitura? Por que não praticar à leitura?



“Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história.”    Bill Gates


Um forte abraço, um grande beijo
Cristina Calazans


Imagens:
Google imagens

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Pais: Iniciativa, Solidariedade

   
            Basta apenas o primeiro passo, a primeira tomada de decisão, para começar a dar certo.
Percebo que os pais que têm condições de ajudar, de contribuir com a escola pública, não contribuem devido ao pensamento egoísta (não é meu, não é só meu, meu filho não ficará usufruindo, não é responsabilidade minha, é do governo...), deixam de lado muitas oportunidades para melhorar a estrutura educacional pública.
Pensando no inverno do Rio Grande do Sul que é intenso e dura cerca de quatro meses, pensando na importância que o espaço físico escolar contribui para a aprendizagem, nos propusemos (eu e meu marido) doar um aquecedor para colocar na sala em que minha filha do 2º ano do fundamental I estuda. Alguns pais ouviram a proposta e se prontificaram em ajudar. A turma tem trinta alunos e sabemos que não serão todos os pais que irão contribuir, uns por não terem condições financeiras e outros..., bom, cada um com seus motivos, mas o que importa é que alguns se manifestaram e isto já basta, pois, quando fizemos a nossa proposta, não tivemos a ideia de pedir e sim de sermos solidários. Nesse momento, na escola das crianças, me fez lembrar o gasto que temos com escolas articulares. Fora a mensalidade, pagamos horrores por qualquer coisa, porque na escola particular "pagamos até para que os nossos filhos respirem".   A maioria dos pais não quer ter trabalho, logo, quem tem dinheiro, é melhor pagar e pronto! É muito mais fácil! Sendo assim, muitos pais preferem a escola privada para não precisar ter preocupação com os filhos ou com qualquer problema em prol deles, seja na estrutura da escola ou no ensino complementar, não que esta preocupação não tenha que existir na escola privada, mas, sabendo-se que a particular oferece um ensino mais amplo, “não precisa”. Não precisa, também, se preocupar em comprar aquecedor, ventilador, fiscalizar com mais intensidade etc.. Ainda assim, na minha concepção, é mais prazeroso investir em uma estrutura do que em uma só pessoa.
            A partir do momento que os pais fazem algo pela escola, passam a colaborar com a sociedade, passam a ser vistos como pais interessados, que não estão ali somente para cobrar e sim para ajudar a melhorar a educação num todo, isso reflete no relacionamento escola/família, na aprendizagem dos educandos e, como sabemos, esse relacionamento é importantíssimo no desenvolvimento intelectual e moral. Não podemos esquecer que “a escola tem sua metodologia e filosofia para educar uma criança, no entanto, ela necessita da família para concretizar o seu processo educativo.” (Parolin, 2005, p. 99)
Não podemos ficar somente criticando, se resolvemos optar pela escola pública, seja por motivos financeiros ou por direito adquirido, não podemos virar as costas e não fazer absolutamente nada. Fazer da escola um depósito de crianças/adolescentes, basta? Assim não vamos alcançar a qualidade no ensino. Imagina se alguns pais fossem até a professora e perguntassem para ela: O que a senhora precisa para colocar o seu trabalho, o seu projeto em andamento? Professores que ganham uma miséria e muitas vezes têm que tirar o dinheiro do próprio bolso para conseguir colocar em prática o seu trabalho, estes, acredito, trabalhariam com muito mais prazer sabendo que alguém está ali para apoiá-los.                                               
Importante ressaltar que o aquecedor não será retirado da sala, esta foi uma preocupação da direção: “Se doarem o aquecedor não poderão retirar da sala”. Segundo a diretora, ano passado, fizeram uma doação de uma geladeira e quiseram que a geladeira acompanhasse o filho no ano seguinte, ou seja, o filho mudou de sala, a geladeira muda também. Nem pensar, né, gente! A doação não deve ser feita para o filho e sim para a escola. O filho irá usufruir, mas se mudar de sala no ano seguinte, o que é provável, contribui-se novamente.
Então é isso, tome a iniciativa, seja solidário!
Alguém vai te olhar, perceber e acompanhar a sua luta, a sua ideia.
Pais, contribuam, participem da escola do seu filho, principalmente se ela for Pública!!

Vamos indo!!
            Abraços
                                                  Cristina Calazans
 




 Imagens:
http://sejasolidariobelem.blogspot.com
http://pointnoalvo.blogspot.com

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Precisamos mudar? Onde erramos ou acertamos? (Rodrigo Gabriel)






        Bom, analisando bem as imagens, percebo que nem “8 e nem 80”.
        No comportamento de 1969, a cobrança dos pais deve ser feita antes, durante e depois do processo e não arbitrariamente quando as notas chegam. A conversa deve ser feita em casa e não na frente da professora ou de qualquer que seja a pessoa. A atitude dos pais deixa a professora como “a dona do saber”, com o poder professoral, e sabemos que não há saber absoluto.
       Da mesma forma na imagem de 2009, não deve haver repressão. O autoritarismo dos pais prejudica o processo educativo num todo. Quanto a atitude dos pais, principalmente na frente do filho, deve exigir que este respeite a professora e reconheça seu papel essencial em sala de aula, além de tirar a autoridade da professora, estimula a agressividade na criança.
        A responsabilidade da nota não é de apenas um e sim de todo um processo, partindo da família.
      Percebo que quando o professor “abraça o problema” sozinho, ele acaba ficando prejudicado. O professor está na escola para dar aulas e não para resolver “pepinos”, para isto existe a direção e supervisão/coordenação. Pensando na charge de 2009, a professora deveria manter a autoridade e, sem se igualar aos pais, ou seja, sem agressão, chamaria os responsáveis da escola e juntos poderiam resolver o problema da agressividade dos pais e das notas do aluno.

          A partir disso: Precisamos mudar? Sim, e muito
Onde erramos ou acertamos? Erramos no autoritarismo, na agressão para alcançar nossos objetivos. Erramos quanto culpamos o outro pelo que é responsabilidade nossa.
Acertamos quando tomamos atitudes que levam à reflexão, que levam à conscientização, que promovam inclusão. Acertamos quando nos comprometemos (família/escola) Educar.


OBS: Faço parte do movimento “Queremos Ética” no Facebook.
O Rodrigo Gabriel, que é um dos organizadores do movimento, postou essas charges e fez as perguntas. Esse texto, com poucas modificações, foi a minha opinião.

A resposta do Rodrigo: “Defendo que nestas duas situações, poderia haver uma melhor. Os pais poderiam estar perguntando para os dois: “Por quê?“. A responsabilidade do ensino e do aprendizado é dos dois, o que vale é a ÉTICA para os dois lados, para o aprendiz e para o mestre. Assim poderão aprimorar suas técnicas de aprendizado e ensino.”

Se você também quiser deixar seu comentário, fique à vontade!! 

Um forte Abraço
Cristina Calazans

domingo, 19 de junho de 2011

Falta Comprometimento

Estava lendo uma matéria no jornal O Dia e lembrei....
Assim que chegamos aqui em Alegrete resolvemos, devido ao pouco tempo que vamos ficar na cidade (menos de um ano), colocar as nossas filhas em uma escola pública.               Visto que a maioria das pessoas da cidade indicava a Escola Demétrio Ribeiro como a “melhor”, resolvemos (eu e meu marido) matriculá-las nesta escola. 
Desde que começaram as aulas, já passamos por muitos desafios, mas resolvemos não tirar as nossas filhas de lá porque sempre temos a esperança que tudo irá ser resolvido, que não podemos fugir dos problemas, pois quem está em busca de uma educação de qualidade não pode dar as costas para os problemas que surgem na educação, tem que procurar resolver, mesmo com muitos incômodos. Surgem problemas atrás de problemas (alguns já coloquei aqui no blog). O fato mais recente que enfrentei foi  parecido com o que li esses dias no O Dia Online – Rio:
 “A briga aconteceu porque Cristiane foi à escola há dias pedir providências porque seu filho foi apelidado de "Gordo" pelos colegas de sala de aula. A mãe foi até a direção da escola e pediu providências. No entanto, a decisão tomada foi pela transferência de colégio do menino, o que deixou irritada a mãe da criança.”
Comparando o fato que aconteceu comigo com a reportagem, uma das diferenças foi que não agredi a coordenadora. Quem me conhece sabe que sou de reivindicar, de resolver os problemas, mas sem ataque físico ou moral, porém a vontade foi grande de dar nela, aaah, foi!! Afinal de contas, não sou de ferro!! Se vontade não fosse uma coisa que dá e passa e se eu não soubesse que poderia ser processada por partir pra cima dela, não sei o que seria. A própria colega da coordenadora, que é profissional, porque me ouviu com seriedade, também estava na sala e quando teve uma oportunidade falou: “Nossa, pensei que você fosse avançar nela” e eu disse: "vontade não faltou".
O acontecimento se deu porque uma menina da sala da minha filha mais velha (12 anos) xingou ela de “puta” sem o menor sentido, passou o bilhete para outra colega.... Na escola, o histórico da menina que originou a afensa é de que ela parte para brigas com os colegas, com ela não tem diálogo. A minha filha sabendo disto, quando soube do bilhete que a ofendia, procurou a diretora e a entregou o bilhete, porém a diretora não tomou as providências, passsaram-se quase duas semanas e nada. Então tive que ir à escola, maaaais uma vez,  para saber porque ainda não tinha sido tomada as devidas providências, por que ainda não tinham chamado as duas para conversar?  
Uma das coordenadoras, ao entrar na sala que eu estava, começou com cinismo e deboche com a minha cara e disse, pela segunda vez, que era para procurarmos outra escola.... O que eu pude “dizer” pra ela, eu disse: “Você é cínica, debochada, irresponsável, não tem o mínimo de profissionalismo e, além disso, é incapaz de resolver problemas, ao invés de resolver, prefere dizer para os pais que retirem seus filhos da escola..." e daí por diante.
Acontece que quando encontra-se pessoas que não consegue se controlar a fim de não agredir ou que não sabem como funciona a Lei, o resultado é esse da matéria.
A meu ver, esses “profissionais”, como já disse em outro post, estão dentro das escolas para prejudicar os que querem uma educação de qualidade.  
Os professores gostam muito de falar: Os pais não procuram saber dos filhos na escola, no entanto, quando vão procurar saber, são tratados com deboches, cinismos, desconsideração, falta de respeito pelos que deveriam estar lá para ajudar e não para atrapalhar o processo educativo.   
O que está faltando é comprometimento tanto dos profissionais da educação como dos pais. Os profissionais da educação têm que, literalmente, lidar com a Educação. Professores têm que procurar se atualizar, muitos têm anos de magistério, de carreira, pensam que já sabem tudo, agem como se não precisassem de mais nenhum conhecimento. Vejam só: A professora da minha filha mais nova, disse na reunião do início do ano que tem mais de 20 anos de profissão, que irá continuar com o mesmo sistema de todos esses anos, não é a favor de métodos novos... imagina como fiquei, ouvindo isso na primeira reunião escolar?  Ela alfabetiza desde o século passado e quer continuar alfabetizando do mesmo jeito, como se não existisse evolução. Esse foi o primeiro desafio que enfrentei. 
Os gestores precisam estar mais presentes e atuarem com liderança. Orientadores/coordenadores precisam ser profissionais quando os pais vão à escola para saber de seus filhos. Quanto aos pais, não podem fazer das escolas depósitos de crianças e adolescentes deixando de lado a vida escolar dos filhos, deixando de cobrar o ensino que merecemos presenciar e que nossos filhos merecem receber. Os pais precisam estar atentos, precisam ir à escola questionar o que falta, saber o porquê dos problemas que surgem, precisam fiscalizar.
            Agora dei um tempo de levar as crianças, tenho que pegar fôlego, quem está indo levar as meninas todos os dias é meu marido. Todos os dias ele vai fiscalizar se a professora da minha filha mais nova, que está no 2º ano do ensino fundamental I, está indo dar aulas, pois ela estava deixando uma estagiária de 17 anos que está terminando o curso do ensino de nível médio para formação de professores primários, sozinha, em sala de aula, ensinando para as crianças que antes de Pedro Álvares Cabral vir para o Brasil ele estava indo para a China. É cara (o) amiga (o), “né brinquedo não!”, é isso mesmo que você “ouviu”, Cabral estava indo para a China, acredita nisso?!! Quando peguei o caderno da minha filha para estudar com ela, achei que minha filha tinha entendido errado ou tinha escrito errado, mas ela dizia pra mim: “Não mãe, a profe disse assim mesmo...”. Claro que o maior erro aí não foi da estagiária e sim de quem não fiscalizava o trabalho dela. Esse foi mais um problema que já foi resolvido e que está sendo fiscalizado.
Tenho que confessar que a luta é grande, o desgaste é enorme, temos que pegar firme com as crianças aqui em casa também, pois o conteúdo não é muito problematizado nas aulas e por isto entendo quando os meus amigos preferem trocar seus filhos de escola ou colocá-los em uma particular. Pensamos, e não foi somente uma vez, voltar as nossas filhas para a escola particular, mas pensamos também: Problemas nós temos, mesmo nas escolas particulares, por que elas não podem receber uma educação de qualidade na escola pública, visto que também pagamos por ela? Tenho que confessar, também, que o gosto da vitória é maior ainda, vale a pena!!
Quando sairmos daqui de Alegrete, estamos fortalecendo a ideia de continuar na luta, ou seja, não tirá-las de escola pública (isso se a gente conseguir ficar vivo até lá rsrsrs), brincadeiras à parte, esta nossa decisão está se fortalecendo porque, apesar de todos esses aborrecimentos, estamos conseguindo alcançar o que todos nós merecemos, ou seja, um tratamento e um ensino digno para as nossas filhas.

A matéria está aqui:


Um abraço bem apertado e a luta continua companheiros (as)!!!

Cristina Calazans

domingo, 29 de maio de 2011

Linguagem popular à vontade

Depois de tantas leituras, de ler vários comentários, achei as respostas para as minhas tantas perguntas sobre o livro que foi adotado pelo MEC para a Educação de Jovens e Adultos (EJA).  
A polêmica é grande. Muitos estão contra e existem muitos questionamentos, partindo de mim, porém me achei quando lembrei da nossa Constituição. Há um tempo, se pedisse para eu ler o que estava escrito ali, não iria entender nadica de nada. Ainda, nos dias de hoje, tenho que andar com o meu amigo dicionário para poder entender algumas coisas que ali estão. Quando eu pegava a Constituição Federal, não tinha a mínima vontade de ler, achava muito irritante por não entender nada. A partir disto, pensei: Como deve ser difícil para os alunos, que vieram de uma classe menos favorecida, conseguirem entender e se interessarem por algo que não está de acordo com a realidade deles.  
Acredito que um dos motivos que se pensou em modificar um pouco mais do livro didático para a EJA, foi para que os alunos sintam-se à vontade e tenham prazer em adquirir o conhecimento. Não é somente a língua que está em jogo e sim o falante e a sua vivência. O livro é um “para início de conversa”, ou seja, a coisa não é difícil como você, aluno, pensa.  
Segundo Bagno “Seria mais justo e democrático dizer ao aluno que ele pode dizer BUnito ou BOnito, mas que só pode escrever BONITO, porque é necessária uma ortografia única para toda a língua, para que todos possam ler e compreender o que está escrito.” É importante ressaltar que a escola continua sendo o lugar que proporciona essa compreensão, com ela o aluno aprende ou deveria aprender a escrever de acordo com a ortografia oficial.
As palavras como “os livro” e “nós pega o peixe”, que estão sendo tão expostas, serão aceitas na linguagem verbal e serão explicadas quando se tratar da linguagem escrita. Bom, isto não fica difícil de entender, porque o Brasil é um país com uma diversidade cultural imensa, cada povo com sua cultura, cada um com sua gramática particular, sendo assim, não cabe o preconceito quanto à linguagem ou quanto à maneira de se expressar.
Quando relembrei uma parte do livro “Preconceito linguístico” de Marcos Bagno, respondi algumas perguntas que me fazia.
“É preciso garantir, sim, a todos os brasileiros o reconhecimento (sem o tradicional julgamento de valor) da variação linguística porque o mero domínio da norma culta não é uma fórmula mágica que, de um momento para outro, vai resolver todos os problemas de um indivíduo carente. É preciso favorecer esse reconhecimento, mas também garantir o acesso à educação em seu sentido mais amplo, aos bens culturais, à saúde e à habitação, ao transporte de boa qualidade, à vida digna de cidadão merecedor de todo respeito.”

Acredito, diante de tantas coisas que li, que estão fazendo uma “tempestade em um copo d’água”. É importante, antes da gente se posicionar, procurar saber o que realmente está acontecendo, procurar conhecer o assunto ou o causador do ”problema”, porque a mídia e até mesmo as pessoas que nos cercam, muitas vezes, jogam a notícia no ar de tal maneira que influencia negativamente.
De tantas opiniões que li, aqui estão duas:
·      Presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Marcos Vilaça, criticou nesta segunda-feira a adoção, pelo Ministério da Educação, do livro "Por uma vida melhor", que aceita o uso da linguagem popular com erros como "nós pega o peixe".

Leia mais sobre esse assunto em
http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2011/05/16/para-presidente-da-abl-livro-adotado-pelo-mec-valida-erros-grosseiros-924478589.asp#ixzz1NVHTr0so
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Vicente Celestino 21/05/2011 9:03
Acho que o MEC acertou em escolher o livro em destaque. Na verdade o livro não ensina a falar errado, a obra discute o uso da língua popular, o que está bem presente em todos os departamentos de nossa sociedade. Certamente um bom professor de Língua Portuguesa saberá usar adequadamente a obra em sala de aula. Se a norma padrão fosse a única adequada em todos os contextos, então Luís Gonzaga, Patativa do Assaré e ou Chico Bento deveriam ser corrigidos?
http://colunistas.ig.com.br/poderonline/2011/05/12/livro-usado-pelo-mec-ensina-aluno-a-falar-errado/livro_mec/

Então é isso pessoal!! Em minha opinião é compreensível a proposta do livro que, segundo o MEC, foi distribuído pelo Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos (PNLD-EJA) a 484.195 alunos de 4.236 escolas.

Abraços
Cristina Calazans

terça-feira, 10 de maio de 2011

Irresponsabilidade nos Passeios Escolares


É a segunda vez que permito que a Natalia (minha filha) vá a um passeio escolar e me decepciono.
A primeira vez foi em 2009 (ela tinha acabado de fazer 11 anos) em uma escola de Resende. Liberei para ir ao passeio escolar de final de ano em um hotel fazenda. Foram dois dias que me trouxeram muitas dores de cabeça.  
Pensando que a escola era bem organizada e preocupada com os alunos, na maioria das atividades escolares demonstrava-se isto, senti-me a vontade de permitir e confiar. Pois bem, não deu certo. A diretora e a coordenadora resolveram ficar se bronzeando, enquanto a minha filha era atirada na parte funda da piscina e sendo empurrada da corda bamba (tinha um lago embaixo) por uma colega. Segundo ela e outra colega que lá estava, a Natalia ficou aos berros pedindo para que parasse porque estava balançando muito.... No episódio da piscina, a Natalia foi tentar resolver sozinha conversando com o colega que a empurrou, já no da corda, ela resolveu conversar com as “responsáveis” (diretora e coordenadora). As duas reuniram o grupo para, ironicamente dizer: “Cada um tem que saber o seu limite, por isto, se alguém aqui não sabe nadar ou tem medo de ir a algum brinquedo, não vá!!...”  Dá pra acreditar?! Desde quando crianças e adolescentes sabem seus limites? Ao invés delas pedirem para que não usassem de brincadeiras que poderiam machucar os colegas, para que respeitassem o limite do outro, elas tiveram a “brilhante” ideia de podar o aluno em suas tentativas de arriscar em acabar com o seu próprio medo ou insegurança.
 Se soubesse que elas iriam ficar se bronzeando ao invés de se comprometerem em observar, cuidar as duas turmas (6º e 7º ano), não teria me empenhado autorizando a ida da minha filha.   
Quando chegaram do passeio, a diretora e coordenadora não me olhavam nos olhos. Ali mesmo pensei: Houve alguma coisa! E não deu outra!
Depois desse ocorrido, só liberava os passeios quando era aula passeio. No entanto, ficava inquieta pensando que tenho que soltar mais as minhas filhas, que sou muito chata, que tenho que deixar elas se virarem.... Pensando nisso resolvi liberar, no dia 05/05, para o passeio da escola dela aqui em Alegrete. Permiti, mesmo sabendo que era só passeio e não aula passeio, que fosse para Porto Alegre (exposição do Titanic e Museu de Ciências e Tecnologia – PUC). Foram alunos do ensino fundamental II e do ensino médio. A Natalia estava muito empolgada, porque ela adora a história do Titanic e, desde que saímos de Resende, ela estava querendo muito ir a esse Museu, porém, dois dias antes, ela ficou sabendo que somente duas colegas da sala iriam e que uma delas iria com a mãe, também professora da Natalia, e a outra tinha amigas em outras turmas. Depois que ela soube disto, ela quis desistir, mas queria ir, sabe como são adolescentes: “vou ficar sozinha, só conheço as duas meninas...” Essa fase (12 anos) já começam a manifestar maior equilíbrio, mas, ainda assim, demonstram receios, muitos questionamentos. Eu, fazendo o meu papel, dizia: Que isso minha filha, você vai conhecer pessoas novas, vai conhecer lugares diferentes....
Antes de entrar no ônibus a Natalia conversou com uma das professoras dela, disse que queria desistir.... A professora garantiu que iria dar atenção e que iria entrosá-la com outros colegas.... A Natalia se animou. Tentei conversar, explicar a insegurança da minha filha para essa mesma, literalmente, professorinha, mas ela não deixou terminar se quer uma frase. Ela estava na escada do ônibus e dali mesmo, na frente de um monte de pais, aproveitou para fazer um discurso demagogo e debochado. Aquela pessoa dizia em voz bem alta, não tem nada haver ela desistir (também achava isto), ela vai ficar lá com todo mundo junto (era o que eu esperava), imagina... e balançava a cabeça indicando recusa. Saí de lá falando com o meu marido: Não importa a maneira conforme ela se colocou (quem sabe ela queria aprovação em demasia, logo, autoestima baixa, logo, autoafirmação), o importante é ela fazer o que discursou.
Pois bem, além de terem esquecido três jovens em um dos shoppings na parte da tarde, à noite eles foram passear em outro shopping da cidade e quem ficou perdida, sozinha, foi a minha filha. A Natalia soube da perda dos três jovens depois que ela se perdeu, porque a professora relatou para ela o fato ocorrido como um exemplo de um acontecimento normal. A diferença dos fatos é que os três jovens se conheciam e estavam juntos.
No momento de comprar um sorvete dentro do shopping, pediram para que depois que a Natalia comprasse, encontrasse com elas em determinado lugar, até aí tudo bem.  Assim que ela comprou o sorvete, foi ao local combinado e não tinha ninguém lá. Olha, foi mais de uma hora de angústia. Graças a Deus que existe o celular, fiquei em contato com a Natalia e tentando entrar em contato com alguém da excursão. Em uma das ligações que fiz para avisar que elas achassem a minha filha que estava perdida dentro daquele shopping que, segundo a Natalia, estava lotado, antes de desligar o telefone, ouvi: “Onde deixamos a Natalia?...” .
Não esperaram para comprar o sorvete e caminhar todos juntos, por quê? Ninguém soube me explicar. Fez-se um discurso visando à vaidade, só de aparência. Falta de profissionalismo e de responsabilidade.    
Tive que chamar todos de irresponsáveis.... Lembrei para elas que, tanto pelo comportamento quanto pela Lei 8069, minha filha é adolescente e não adulta - Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade, digo isso, porque, como falo sempre, muitos pensam que por serem adolescentes e não mais crianças, então, que se virem!! Lembrei palavra por palavra para a professora que discursou. Foi um desgaste emocional muito grande.
Garanto que se eu escrevesse aqui os detalhes e mais algumas partes dessa história, mesmo vocês que não têm filhos, iriam à loucura.
         Infelizmente, mais um caso que não aconteceu ou acontece só comigo, pois já escutei vários relatos de mães que acompanham, se preocupam e, acima de tudo, educam seus filhos, passaram por situações parecidas.
Sei que algumas colegas que são professoras não gostam muito quando falo o que penso e/ou como está o professorado, no entanto, não posso me calar porque a banda podre da educação está crescendo cada vez mais. Não é somente aqui, não é somente em escolas públicas, é num todo.
Amigas (os) professoras (res), quando forem organizar ou participar de um passeio organizem também a mente para que não pensem que vão a fim de bater perna, tomar sol, fazer compras no shopping e sim para organizar, orientar, cuidar, observar os alunos. Se para se divertirem têm que deixar as responsabilidades de lado, é melhor que não se divirtam, neste caso, o momento de diversão deve ficar para quando estiverem fora do ambiente de trabalho. Educadores -Profissionais é o que precisamos!!  

domingo, 8 de maio de 2011

Mãe! Educadora

Ganhei das minhas filhas. Muito lindo, uma declaração de amor!

Mãe que educa.
Que acompanha seus filhos na vida, na escola.
Que tem interesse de perguntar e ouvir.
Mesmo com o tempo curto, separar uma hora para ir à escola e se informar a respeito do comportamento, do conhecimento adquirido, conversar com a professora para saber como está o filho,  é muito importante. A mãe educadora olha a agenda, o que pode parecer menos importante, mas faz parte do processo.
Participar das reuniões. De repente por conta do trabalho, do tempo cheio, não dê para participar de todas, mas não deixar de aparecer ou ligar para escola para receber as informações com os responsáveis da reunião e se integrar com o que foi dito e/ou combinado, influencia no procedimento educativo, afinal de contas, o nosso filho, a educação, o desenvolvimento dele não deve está em segundo, terceiro, quarto... plano.
Tentar conciliar trabalho/filho, pois quando algo grave acontece, o tempo aparece!!  Para não chegar ao extremo é melhor prevenir.
Olhar os cadernos para saber o que está sendo ensinado, como está o capricho e a organização, também vale a pena.
Acompanhar as tarefas. Quando se chega do trabalho pode ser que já estejam prontas, mas dar uma olhada tem utilidade no processo.
Estabelecer horário para estudos, se não for assim, provavelmente, ficarão em frente à TV, do computador, ouvindo músicas, dormindo, conversando com os colegas, enfim, fazendo qualquer coisa, menos estudando.  Estudar as disciplinas mais difíceis no primeiro momento do estudo, para que as mais fáceis sirvam como “descanso”, ajuda bastante.
Conversar para saber como foi o dia, como estão indo as amizades, mas nada de perguntas assustadoras e impostas, precisa ser um momento espontâneo.
Não se preocupar com as notas e sim com o conhecimento que está sendo adquirido. É melhor que fiquem em recuperação do que sair de uma série com muitas deficiências.
Respeitar sempre a professora, mesmo que esta cause a provocação. É mais justo adultos frente a frente para resolver os problemas de comportamento em sala de aula ou na escola, do que ensinar ou incentivar crianças e/ou adolescentes a enfrentar os responsáveis pela instituição ou pela turma.
Educar para saber lidar e respeitar o diferente, o novo, sendo assim, a probabilidade da prática do bullying poderá diminuir consideravelmente.
Vale ressaltar que não existem receitas para nada na vida, até as receitas prontas, dependendo de quem faz ou receite, não dá certo. O que vale é estar sempre colocando o papel de Mãe em prática, mas para isto é preciso observar o que está acontecendo em nossa volta, avaliar o que está sendo feito e o efeito disso, não deixando de realizar as modificações necessárias para que nossos filhos sintam-se seguros, amados e a partir disto conseguiremos colaborar com a formação do caráter do educando, ou seja, nossos filhos.

Nossos filhos: O mundo do amanhã.

FELIZ DIA DAS MÃES!!

Cristina Calazans, antes de tudo, Mãe!!

domingo, 17 de abril de 2011

Bullying - Falta de atenção...



Muitas dúvidas sobre o bullying estão sendo manifestadas na tv, na Internet...com muita frequência. Estive analisando as reportagens, entrevistas....
Na minha concepção, esse desvio de comportamento que gera atitudes brutais, ocasionando diversos problemas, se dá por falta de atenção. Falta de atenção dos pais e das escolas.  
Não adianta somente a mídia, os livros e os palestrantes abordarem o problema, é importante que o assunto seja discutido frente a frente.
Em casa, será que o pais têm procurado saber como foi o dia do seus filhos? Ou pensam que eles se viram muito bem sozinhos e que devido a correria do dia dia, "não há tempo" para assistir a vida deles.
Muitos pais não procuram investigar, ter conhecimento de como foi o dia do seu filho. Se quer vão à escola procurar saber como está o comportamento, como está a aquisição do conhecimento.
A falta do diálogo e da orientação dentro de casa são alguns dos fatores que contribuem para esse e muitos outros problemas.
Essa manhã, em um programa de tv, a mãe de uma criança que sofreu bullying estava orientando aos pais para colocarem o problema pra fora e que procurassem ajuda.... No entanto, ela não se deu conta que isto ela tinha que ter feito com a própria filha (13 anos), tinha que ter dado orientação, incentivar o diálogo, pois a filha ficou um ano sofrendo agressões verbais sem nenhuma providência tomada. Essa mãe só foi tomar providência quando chegou à agressão física.
O fato é que para haver o diálogo é preciso que os pais se dediquem aos filhos, estimulem a conversa, o bate papo dentro de casa. Lamentavelmente ouve-se muito: "Não tenho tempo". No entanto, quando algo grave acontece, o tempo aparece. É importante ressaltar que a estimulação do bate papo é necessária desde pequenos.
Reconheço que, na maioria das vezes, o dia se torna curto com tantas coisas para fazer, com tantos compromissos para cumprir, porém, a correria do dia a dia, os compromissos, que em grande parte é profissional, não pode tomar o lugar do tempo da família. 
Quanto às instituições de ensino, elas precisam se preocupar em observar atentamente para conhecer e orientar seus alunos. 
Crianças e adolescentes, muitas vezes, ficam "jogados" dentro da escola na hora do recreio, dos intervalos, sem nenhum profissional analisando o comportamento e o momento de interação dos educandos. Deveria existir profissionais analisando, supervisionando os estudantes, principalmente na hora do lazer.
Percebo que falta colocar, através de um processo multidisciplinar, dentro das escolas, o assunto - bullying. Explorar a importância de saber lidar com o diferente, de saber respeitar o limite do outro, o espaço do outro. É necessário, também, que a gestão escolar se conscientize que os orientadores precisam tomar seus lugares dentro das instituições de ensino. Não sabemos quem é o orientador pedagógico ou  quem é o orientador educacional, este último então, não sei mesmo, sumiu! A meu ver, este faz muita diferença no caso do bullying. "Ele trabalha diretamente com os alunos, ajudando-os em seu desenvolvimento pessoal; em parceria com os professores, para compreender o comportamento dos estudantes e agir de maneira adequada em relação a eles; com a escola, na organização e realização da proposta pedagógica; e com a comunidade, orientando, ouvindo e dialogando com pais e responsáveis." (Nova Escola)
Pergunto-me: Qual a dificuldade que uma escola tem, por exemplo, em elaborar uma entrevista escrita ou questionário com seus alunos a cada final de semestre? Exemplo: Você já sofreu preconceitos na escola? Qual a dificuldade em elaborar tarefas (práticas) sobre esse assunto? Sempre procurando enfatizar o problema,  procurando ajudar tanto o agredido quanto o agressor.

O governo poderia nomear mais profissionais para as escolar. Porque o fato de não ter um orientador analisando o comportamento dos alunos, não estar exercendo a sua função, dá-se ao fato de não haver profissionais suficientes dentro das escolas. Muitos são desviados da sua função, da sua formação.
O fato é, volto a dizer, temos que nos preocupar, não só na teoria, mas principalmente na prática, com uma boa Educação, tanto dentro de casa como nas escolas, por parte do governo, mas infelizmente isso não tem acontecido.
Percebo que os adultos pensam que crianças e adolescentes podem se virar sozinhos, não precisam de acompanhamento e geralmente a culpa sempre é do tempo.
Se existisse a preocupação e o compromisso - Educar para prevenir - em acompanhar crianças/adolescentes, cada um (família, escola, governo) faria sua parte e amanhã, quem sabe, teríamos adultos melhores.  


"Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda." (Paulo Freire)