quinta-feira, 28 de julho de 2011

Hábito Gostoso da Leitura: Incentivo ou Necessidade

Não vim de uma família onde me ensinaram a gostar da leitura. Ninguém na minha família tinha o hábito de ler. Só obtive o hábito da leitura quando entrei na faculdade, mas isso contarei mais adiante. Independente de ter o costume da leitura ou não, sempre pensei: Quando tiver filhos, vou ensiná-los a adquirir esse hábito tão valioso. Assim o fiz. Quando minha filha mais velha nasceu, antes dela dormir, eu ou meu marido líamos para ela. Quando ela fazia aniversário, além de um brinquedo, sempre vinha um livro de quebra, depois  eu perguntava sobre a história do livrinho. Conversávamos sobre a importância da leitura. Era o máximo ver a minha filha aprendendo a ler....  Hoje essa minha filha tem doze anos é uma devoradora de livros. Quando comecei a me deparar com essa realidade, não acreditava, por isso comecei a fazer muitas perguntas sobre os livros, e aí... "Não é que ela leu mesmo". Ela lê os mesmos livros várias vezes quando demoramos a comprar, caso contrário ela apela pela Internet mesmo. Um dos passeios que ela mais curte, é uma livraria bem grande que tenha muitas opções de livros e um espaço para ela sentar e escolher. Resolvi fazer esse relato, para poder enfatizar a importância de ensinar,  de direcionar a criança a gostar de livros, da leitura.
Depois de quase cinco anos veio a minha filha mais nova que hoje está com sete anos e seguindo a mesma prática de leitura da mana. Devora livros, quer sempre um livrinho novo, está lendo cada vez mais rápido. Quando pergunto: Cadê o livro? Já li, mãe!!  Como não pode faltar, pergunto o que achou do livro e sobre a história do mesmo. 
Como disse no início, não fui estimulada ao bom hábito da leitura, no entanto, quando cheguei à faculdade senti a necessidade de ler, ler e ler. Afinal, não queria me sentir como um peixe fora d’água. As minhas colegas de turma, quase todas, já eram professoras e eu ali, sem saber nadica de nada dos assuntos, dos autores que elas falavam. Pensava: Meu Deus, nunca ouvi falar disso ou desse. Que nada, era só praticar a leitura que iria conhecer tudo o que elas debatiam.
Meu marido também não foi criado com o hábito de ler, adquiriu pela necessidade. Ele também tem a mania gostosa da leitura e gosta muito da internet, como eu, para adquirir informação e conhecimento.                                                                                                         

Acho interessante escolhermos um livro cujo o assunto seja de grande interesse nosso e colocá-lo dentro da bolsa. Muitas vezes estamos em uma fila ou esperando por algo na rua e nesses momentos, ao invés de estarmos pensando em algo que geralmente são os nossos problemas ou algo que temos para resolver, podemos desviar a nossa atenção para o livro.
Ouço alguns pais dizerem: Criança só gosta de ganhar brinquedos. Será? Se a criança não gosta de ganhar livros é porque ela não foi estimulada a isso. Os livros hoje interagem com as crianças e isso é o “começo do início” para o incentivo à leitura.
A leitura permite formar uma sociedade consciente, proporciona melhoria da condição social e humana. Quantas vezes vimos pessoas perdendo algo ou sendo passada para trás porque não sabem dos seus direitos? Quantas pessoas são pegas de surpresa porque não sabem os seus deveres? Quantas instituições, empresas, jogam sujo porque têm a certeza que a maioria das pessoas não lêem e, a partir disto, vão deixar passar o que é de interesse lesivo de quem tem o conhecimento? A leitura desperta o senso crítico. Quantas pessoas se sentem acoadas, humilhadas por outras, por não ter o senso crítico?
Apesar da escola ser um espaço onde adquirimos conhecimento, informação, muitas vezes os livros passam desapercebidos. Não é só em escolas públicas, não, pois já vivenciei algo parecido em escolas particulares. Não incentivam as crianças à leitura e quando distribuem livros, não tem fundamento, não tem propósito, a criança leva o livro para casa e quando volta com o livro para a escola, é colocado no lugar e pronto. É só para que os pais pensem: Nossa, essa escola está “incentivando” meu filho a ler, “incentiva” a leitura. Os pais que não estão inseridos no processo educativo dos filhos, não vão descobrir a artimanha da escola. Esta não elabora trabalhos direcionados com o livro, sequer a professora faz perguntas para que as crianças partilhem do momento de cada um com a leitura. Já presenciei biblioteca fechada na hora do recreio, ou seja, justamente no momento em que a criança tem o tempo livre e que poderia vistar à biblioteca, não tinha como.     
Não basta ter livros na escola, ter biblioteca ou o professor está inserido no processo motivacional somente dizendo: Que bom! Levem o livro para casa! Segundo KRIEGL (2002) “não consiste em que o professor diga: Fantástico! Vamos ler! Mas que elas mesmas (as crianças) o digam ou pensem. Isso se consegue planejando bem a tarefa de leitura e selecionando com critério os materiais que nela serão trabalhados, tomando decisões sobre as ajudas prévias de que alguns alunos possam necessitar evitando situações de concorrência e promovendo, sempre que possível, aquelas situações que abordem contextos de uso real, incentivem o gosto pela leitura e façam o leitor avançar em seu próprio ritmo para ir elaborando sua própria interpretação”.
A leitura traz: Integração social, desenvolvimento de um olhar crítico, ampliação de horizontes, ampliação do vocabulário, capacitação de profissionais, aumento da autoestima etc..  Quantas coisas, não é mesmo?! Então, por que não incentivar à prática da leitura? Por que não praticar à leitura?



“Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história.”    Bill Gates


Um forte abraço, um grande beijo
Cristina Calazans


Imagens:
Google imagens

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