terça-feira, 3 de abril de 2012

Pegadinha de mau gosto

O aluno se preparou para uma prova de Matemática, por exemplo, quando se deparou com a prova: "Ué, mas não foi exercitado nada desse jeito em sala de aula, o professor não ensinou assim!!" A partir daí a insegurança fica maior, o nervosismo aumenta, logo, o aluno não consegue realizar uma boa prova e o processo ensino/aprendizagem não se tornou eficaz. 
Não consigo entender a proposta de avaliação de certos professores quando são cobradas, em provas, questões problematizadas sem ter sido trabalhadas em sala de aula. Por que cobrar o que não foi exercitado? Por que não se aprofundar nas questões antes? 
Nas provas, mesmo com o conteúdo dado, se for cobrado questões que não foram problematizas, podemos chamar essa avaliação de a "hora da tortura"? 
Pensando na problematização, na reflexão e no questionamento, teremos uma avaliação produtiva ao processo ensino-aprendizagem. Então, como construir um conhecimento produtivo sem que haja problematização e questionamentos? A partir destes, surgem os erros que podem ser reveladores para a aprendizagem. 
Gostaria de saber quais são os fundamentos epistemológicos que sustentam essa concepção de avaliação? Antes de uma prova, geralmente, não é feita uma abordagem de investigação eficaz, já que não é visto em sala de aula exercícios problematizadores para que os estudantes possam tomar consciência dos procedimentos que irão utilizar para resolver as situações problemas dadas na prova, não se prepara o aluno para o momento da avaliação. 
O processo avaliativo envolve uma compreensão mais ampla do que só conteúdo dado, para isso é necessário problematizar, desenvolver e debater. A meu ver, problematizar somente na prova é uma pegadinha de mau gosto. 


Cristina Calazans



quinta-feira, 15 de março de 2012

Teoria sem prática é só blá blá blá


Educar é transformar, é vivenciar, é ser crítico, é contemplar a realidade, sendo assim, por que ainda se insiste na dicotomia teoria-prática?
Paulo Freire deixa claro que “teoria é sempre a reflexão que se faz do contexto concreto isto é, deve-se partir sempre de experiências do homem com a realidade na qual está inserido, cumprindo também a função de analisar e refletir essa realidade, no sentido de apropriar-se de um caráter crítico sobre ela.”.
Essa insistência em dicotomizar teoria-prática, prejudica a aprendizagem, pois a Educação que se busca hoje é a que tenha um caráter libertador, dialético. Como se pode alcançar esse objetivo dissociando teoria-reflexão-ação?
Transformar é uma ação coletiva, social e política e mesmo sabendo disto, alguns profissionais da educação continuam insistindo em uma educação bancária e opressora, deixando de se comprometer com a transformação social, deixando de levar o aluno à criação, à experimentação, logo, à prática.
Essa questão me preocupa muito quando se chega à faculdade. Será que não deveria ser antecipado o tempo de estágio? Será que não seria mais fácil de entender o que se ouve, praticando mais cedo do que o que a lei de estágio propõe? Por exemplo, uma pessoa que escolheu fazer o curso de Pedagogia com intuito de dar aulas, será que o fato dela estagiar, entrar em uma sala de aula mais cedo para vivenciar a futura profissão, não a ajudaria a ter certeza do que quer? A propósito, os estágios deveriam ser melhores, ou seja, mais organizados, mais supervisionados, para serem mais aproveitados. “§ 1o  art. 7º - O estágio, como ato educativo escolar supervisionado, deverá ter acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de ensino e por supervisor da parte concedente”. Já vi muitos estagiários, em muitos momentos, sem nenhuma supervisão por perto. Supervisor em estágios geralmente é passeio, ou seja, só aparece bem de vez em quando.
É necessário que os estagiários vivenciem o que irá praticar. Por exemplo, estagiar para o curso de Direito em um fórum ou em um escritório de advocacia, na maior parte das vezes é colar etiquetas e ser digitadores, não vivenciam os autos dos processos, saem da faculdade sem saber praticamente nada e, quando são lançados no mercado de trabalho, ficam sem saber por onde começar, é visto como mais um desqualificado.
Acredito que não só os alunos da Educação Básica, mas também os universitários devem ser formados sabendo “ler o mundo” e não somente as palavras.
Será que realmente, na educação, desde a Educação Infantil, busca-se transformar o mundo ou se idealiza repetidores ao invés de criadores? É preciso ter a informação para criar, mas também é preciso ter a experiência. “Porque estudar pressupõe criar, recriar, e não apenas repetir o que os outros dizem...” 
É importante ressaltar que a teoria é muito importante, mas esta sem a prática, a meu ver, é puro blá blá blá!!  
"A teoria sem a prática vira 'verbalismo', assim como a prática sem teoria, vira ativismo. No entanto, quando se une a prática com a teoria tem-se a práxis, a ação criadora e modificadora da realidade." Paulo Freire

Cristina Calazans

domingo, 27 de novembro de 2011

Reforma ortográfica, para quê?


Hoje, fuçando a net, encontrei um artigo muito interessante falando sobre a reforma ortográfica. Na época do bochicho, quando soube dessa reforma, fiquei indignada, pois essa ideia (agora sem acento, eca!!), na minha opinião, só veio para trazer mais confusão à nossa mente. Por que inventar moda? Pra que mudar?!! Invenção de quem não quer se preocupar com coisas mais importantes.

Ainda fico indignada quando tenho que parar para pensar que para - verbo deixou de ser acentuado para diferenciar de para - preposição. Coisa chata isso!!!

Pena que só li esse texto agora. Foi escrito em 2007 pelo professor Sérgio Nogueira. Mas independente da data que foi escrito, concordo plenamente que o Brasil precisa de reformas, mas não na ortografia e sim "Precisamos de reformas na política, na economia, na educação, no judiciário."




Logo abaixo estará o link para quem quiser ler os comentários no blog do professor

Reforma ortográfica, para quê?

qua, 07/11/07
por Sérgio Nogueira |
categoria Dicas

Anda pela internet um alerta sobre uma possível reforma ortográfica. Parece manifesto terrorista.
Diz o texto que “até o final de 2007, entrará em vigor o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Os países-irmãos Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste terão, enfim, uma única forma de escrever.
As mudanças vão acontecer porque três dos oito membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) ratificaram as regras gramaticais do documento proposto em 1990. Brasil e Cabo Verde já haviam assinado o acordo e esperavam a terceira adesão, que veio no final do ano passado, em novembro, por São Tomé e Príncipe”.
Quer dizer que três decidem o que oito terão de fazer? Isso é acordo? Fico impressionado com o poder de São Tomé e Príncipe, de Cabo Verde e, principalmente, do Brasil.
Não há dúvida de que o Brasil necessita de reformas, mas não na ortografia. Temos problemas mais urgentes. Precisamos de reformas na política, na economia, na educação, no judiciário.
Pelo visto, diante da dificuldade de fazer outras reformas, vamos mudar a ortografia. Se resolvermos os problemas do nosso sistema ortográfico, o brasileiro “com certeza” viverá melhor.
Mais adiante, o texto fala em unificação: “O português é a terceira língua ocidental mais falada, após o inglês e o espanhol. A ocorrência de ter duas ortografias atrapalha a divulgação do idioma e a sua prática em eventos internacionais. Sua unificação, no entanto, facilitará a definição de critérios para exames e certificados para estrangeiros”.
Ah, bom! Agora entendi. Estamos preocupados com os estrangeiros.
Até o santo nome do mestre Antônio Houaiss foi usado: “A escrita padronizada para todos os usuários do português foi um estandarte de Antônio Houaiss. O filólogo considerava importante que todos os países lusófonos tivessem a mesma ortografia”.
Entendo que uma padronização até poderia ser saudável, mas é quase impossível, e a verdade é que temos problemas mais sérios para resolver. Por dar consultoria a empresas jornalísticas há mais de dez anos, sei o quanto é difícil fazer uma uniformização.
Tenho meus temores, pois quem gosta exageradamente de padronizações é porque, no fundo, prefere uma “ditadura” a uma saudável flexibilidade que todas as línguas vivas apresentam.
Se a idéia de uniformização era um dos sonhos de Antônio Houaiss, fico sem entender os critérios que levaram a equipe de lexicógrafos do seu dicionário a registrar (a meu ver, acertadamente) vários vocábulos com dupla grafia: aterrissar/aterrizar; catorze/quatorze; co-seno/cosseno; hidrelétrica/hidroelétrica…
O texto da reforma aborda algumas mudanças: fim do acento circunflexo em palavras terminadas em “ôo(s)” e “êem” (abençôo, vôos, crêem, dêem, lêem, vêem); fim do acento agudo nos ditongos “éi” e “ói” (idéia, heróico); fim do trema (lingüiça, seqüência); fim do acento usado em “pára” (verbo) para diferenciar de “para” (preposição).
Gostaria de saber qual é a vantagem. Que ganhamos com isso?
Só posso imaginar que os defensores do fim do trema ficarão felizes. Querem acabar com o trema, que podemos aprender em um minuto, e ninguém fala do hífen, que nos incomoda durante toda a vida.
E a volta da letra “k”. Que alegria! Agora, vou poder escrever sem erro: disk-pizza, disk-chaveiro, disk-borracheiro, disk-sexo…
O alfabeto voltaria a ter 26 letras. Que bom! Se as palavras não poderão ter duas grafias, onde vamos usar o “w” e o “y”? É bom lembrar que, em palavras estrangeiras e nos adjetivos e substantivos do português derivados de nomes estrangeiros (kantismo, shakespereano), o uso do “k”, do “w” e do “y” nunca foi proibido.
Até parece que escrevemos mal por culpa do nosso atual sistema ortográfico, o qual aprendemos por memória visual, pelo bom hábito da leitura.
O que nos falta é incentivo à leitura, é melhorar nossas condições de ensino, é remunerar melhor os professores…
Falta é vontade política de se fazer uma real reforma na educação.
Em tempo: No dia 14 de setembro, em reunião no MEC, ficou decidido que o Brasil não vai 
implementar a tal reforma enquanto Portugal não aderir ao acordo.

http://g1.globo.com/platb/portugues/2007/11/07/reforma-ortografica-para-que/




Um grande bju pra todos!!

Cristina Calazans

Imagens: http://www.google.com.br/search?q=reforma+ortografica 


domingo, 28 de agosto de 2011

Além da Sala de Aula

          
           Esses dias assisti  “Além da Sala de Aula” ou "Além do Quadro Negro" e fiquei impressionada com a história do filme, com a perseverança da professora que estava iniciando a sua vida profissional. Sua primeira turma foi um grande desafio. Sem a mínima estrutura física para dar aulas, alunos desmotivados, pais desinteressados, famílias desestruturada, mas aquela professora era um exemplo de educadora. Que amor que ela tinha pela Educação, quanto comprometimento. Diante de tantos desafios, lutou para levar o ensino aos alunos. Modificou o espaço físico, procurou conhecer a realidade dos alunos, buscou a participação dos pais que eram tão arredios e sem instrução. Em alguns casos, ensinou pais a serem responsáveis pelos  filhos. Além de ensinar as disciplinas, ensinou valores. Procurou novas formas de ensinar. Tentou por diversas vezes buscar ajuda através das autoridades, mas foi rejeitada, no entanto, não desistiu, fez a sua parte. Será que os educadores de hoje exercem sua função com todo esse amor?
        Outro fator muito importante que já havia pensado, discutido com algumas amigas e que o filme mostrou, foi o fato da professora ter uma família estruturada. O marido apoiava suas iniciativas. Com dois filhos pequenos, não deixava de exercer o papel de mãe. Como é importante uma família estruturada, mas, infelizmente, sabemos que essa é uma rara realidade do mundo de hoje.
Muitos educadores reclamam das famílias desestruturadas de seus alunos, mas esquecem de olhar sua própria vida, sua família, que muitas vezes não são tão diferentes das dos educandos.   Essa falta de estrutura familiar do professor contribui para mau humor dentro das salas de aulas, rispidez com alunos, trabalho mal feito, isso quando é feito. Sabemos que o sistema educacional é composto na maioria por mulheres. Mulheres = seres complicados, que trabalham com mulheres, que geralmente vem de uma família desestruturada, sem o apoio de um companheiro, que dificilmente consegue, quando tem, educar seus próprios filhos. Mulheres que lidam com a educação, que é um trabalho árduo, exige perseverança, dedicação, paciência, lucidez, mas antes de tudo isso, tem que ter muito amor. Acho que a partir disso podemos começar a imaginar um dos porquês de tantos problemas dentro de uma instituição de ensino.
            Esse filme me fez lembrar Paulo Freire. Freire revelou ao mundo uma educação para além da sala de aula, da educação formal, capaz não só de ensinar conteúdos e comportamentos socialmente esperados e aceitos, mas também capaz de conscientizar à todos. Será que os professores têm buscado essa prática?
            Ah, logo que a professora começou seu trabalho árduo, engravidou. Grávida, cheia de desafios, de obstáculos e foi até o fim. Será que existem educadores dispostos a passar por tudo isso, por amor à educação?

Esse filme é um fato verídico. 

Recomendo também “Primeiro da Classe”. Um professor com síndrome de Tourette que desafia a todos a se tornar um excelente educador. Também é inspirado em uma história verdadeira.

"Mudar é difícil, mas é possível!" Paulo Freire

Abraços

Cristina Calazans

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Hábito Gostoso da Leitura: Incentivo ou Necessidade

Não vim de uma família onde me ensinaram a gostar da leitura. Ninguém na minha família tinha o hábito de ler. Só obtive o hábito da leitura quando entrei na faculdade, mas isso contarei mais adiante. Independente de ter o costume da leitura ou não, sempre pensei: Quando tiver filhos, vou ensiná-los a adquirir esse hábito tão valioso. Assim o fiz. Quando minha filha mais velha nasceu, antes dela dormir, eu ou meu marido líamos para ela. Quando ela fazia aniversário, além de um brinquedo, sempre vinha um livro de quebra, depois  eu perguntava sobre a história do livrinho. Conversávamos sobre a importância da leitura. Era o máximo ver a minha filha aprendendo a ler....  Hoje essa minha filha tem doze anos é uma devoradora de livros. Quando comecei a me deparar com essa realidade, não acreditava, por isso comecei a fazer muitas perguntas sobre os livros, e aí... "Não é que ela leu mesmo". Ela lê os mesmos livros várias vezes quando demoramos a comprar, caso contrário ela apela pela Internet mesmo. Um dos passeios que ela mais curte, é uma livraria bem grande que tenha muitas opções de livros e um espaço para ela sentar e escolher. Resolvi fazer esse relato, para poder enfatizar a importância de ensinar,  de direcionar a criança a gostar de livros, da leitura.
Depois de quase cinco anos veio a minha filha mais nova que hoje está com sete anos e seguindo a mesma prática de leitura da mana. Devora livros, quer sempre um livrinho novo, está lendo cada vez mais rápido. Quando pergunto: Cadê o livro? Já li, mãe!!  Como não pode faltar, pergunto o que achou do livro e sobre a história do mesmo. 
Como disse no início, não fui estimulada ao bom hábito da leitura, no entanto, quando cheguei à faculdade senti a necessidade de ler, ler e ler. Afinal, não queria me sentir como um peixe fora d’água. As minhas colegas de turma, quase todas, já eram professoras e eu ali, sem saber nadica de nada dos assuntos, dos autores que elas falavam. Pensava: Meu Deus, nunca ouvi falar disso ou desse. Que nada, era só praticar a leitura que iria conhecer tudo o que elas debatiam.
Meu marido também não foi criado com o hábito de ler, adquiriu pela necessidade. Ele também tem a mania gostosa da leitura e gosta muito da internet, como eu, para adquirir informação e conhecimento.                                                                                                         

Acho interessante escolhermos um livro cujo o assunto seja de grande interesse nosso e colocá-lo dentro da bolsa. Muitas vezes estamos em uma fila ou esperando por algo na rua e nesses momentos, ao invés de estarmos pensando em algo que geralmente são os nossos problemas ou algo que temos para resolver, podemos desviar a nossa atenção para o livro.
Ouço alguns pais dizerem: Criança só gosta de ganhar brinquedos. Será? Se a criança não gosta de ganhar livros é porque ela não foi estimulada a isso. Os livros hoje interagem com as crianças e isso é o “começo do início” para o incentivo à leitura.
A leitura permite formar uma sociedade consciente, proporciona melhoria da condição social e humana. Quantas vezes vimos pessoas perdendo algo ou sendo passada para trás porque não sabem dos seus direitos? Quantas pessoas são pegas de surpresa porque não sabem os seus deveres? Quantas instituições, empresas, jogam sujo porque têm a certeza que a maioria das pessoas não lêem e, a partir disto, vão deixar passar o que é de interesse lesivo de quem tem o conhecimento? A leitura desperta o senso crítico. Quantas pessoas se sentem acoadas, humilhadas por outras, por não ter o senso crítico?
Apesar da escola ser um espaço onde adquirimos conhecimento, informação, muitas vezes os livros passam desapercebidos. Não é só em escolas públicas, não, pois já vivenciei algo parecido em escolas particulares. Não incentivam as crianças à leitura e quando distribuem livros, não tem fundamento, não tem propósito, a criança leva o livro para casa e quando volta com o livro para a escola, é colocado no lugar e pronto. É só para que os pais pensem: Nossa, essa escola está “incentivando” meu filho a ler, “incentiva” a leitura. Os pais que não estão inseridos no processo educativo dos filhos, não vão descobrir a artimanha da escola. Esta não elabora trabalhos direcionados com o livro, sequer a professora faz perguntas para que as crianças partilhem do momento de cada um com a leitura. Já presenciei biblioteca fechada na hora do recreio, ou seja, justamente no momento em que a criança tem o tempo livre e que poderia vistar à biblioteca, não tinha como.     
Não basta ter livros na escola, ter biblioteca ou o professor está inserido no processo motivacional somente dizendo: Que bom! Levem o livro para casa! Segundo KRIEGL (2002) “não consiste em que o professor diga: Fantástico! Vamos ler! Mas que elas mesmas (as crianças) o digam ou pensem. Isso se consegue planejando bem a tarefa de leitura e selecionando com critério os materiais que nela serão trabalhados, tomando decisões sobre as ajudas prévias de que alguns alunos possam necessitar evitando situações de concorrência e promovendo, sempre que possível, aquelas situações que abordem contextos de uso real, incentivem o gosto pela leitura e façam o leitor avançar em seu próprio ritmo para ir elaborando sua própria interpretação”.
A leitura traz: Integração social, desenvolvimento de um olhar crítico, ampliação de horizontes, ampliação do vocabulário, capacitação de profissionais, aumento da autoestima etc..  Quantas coisas, não é mesmo?! Então, por que não incentivar à prática da leitura? Por que não praticar à leitura?



“Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história.”    Bill Gates


Um forte abraço, um grande beijo
Cristina Calazans


Imagens:
Google imagens

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Pais: Iniciativa, Solidariedade

   
            Basta apenas o primeiro passo, a primeira tomada de decisão, para começar a dar certo.
Percebo que os pais que têm condições de ajudar, de contribuir com a escola pública, não contribuem devido ao pensamento egoísta (não é meu, não é só meu, meu filho não ficará usufruindo, não é responsabilidade minha, é do governo...), deixam de lado muitas oportunidades para melhorar a estrutura educacional pública.
Pensando no inverno do Rio Grande do Sul que é intenso e dura cerca de quatro meses, pensando na importância que o espaço físico escolar contribui para a aprendizagem, nos propusemos (eu e meu marido) doar um aquecedor para colocar na sala em que minha filha do 2º ano do fundamental I estuda. Alguns pais ouviram a proposta e se prontificaram em ajudar. A turma tem trinta alunos e sabemos que não serão todos os pais que irão contribuir, uns por não terem condições financeiras e outros..., bom, cada um com seus motivos, mas o que importa é que alguns se manifestaram e isto já basta, pois, quando fizemos a nossa proposta, não tivemos a ideia de pedir e sim de sermos solidários. Nesse momento, na escola das crianças, me fez lembrar o gasto que temos com escolas articulares. Fora a mensalidade, pagamos horrores por qualquer coisa, porque na escola particular "pagamos até para que os nossos filhos respirem".   A maioria dos pais não quer ter trabalho, logo, quem tem dinheiro, é melhor pagar e pronto! É muito mais fácil! Sendo assim, muitos pais preferem a escola privada para não precisar ter preocupação com os filhos ou com qualquer problema em prol deles, seja na estrutura da escola ou no ensino complementar, não que esta preocupação não tenha que existir na escola privada, mas, sabendo-se que a particular oferece um ensino mais amplo, “não precisa”. Não precisa, também, se preocupar em comprar aquecedor, ventilador, fiscalizar com mais intensidade etc.. Ainda assim, na minha concepção, é mais prazeroso investir em uma estrutura do que em uma só pessoa.
            A partir do momento que os pais fazem algo pela escola, passam a colaborar com a sociedade, passam a ser vistos como pais interessados, que não estão ali somente para cobrar e sim para ajudar a melhorar a educação num todo, isso reflete no relacionamento escola/família, na aprendizagem dos educandos e, como sabemos, esse relacionamento é importantíssimo no desenvolvimento intelectual e moral. Não podemos esquecer que “a escola tem sua metodologia e filosofia para educar uma criança, no entanto, ela necessita da família para concretizar o seu processo educativo.” (Parolin, 2005, p. 99)
Não podemos ficar somente criticando, se resolvemos optar pela escola pública, seja por motivos financeiros ou por direito adquirido, não podemos virar as costas e não fazer absolutamente nada. Fazer da escola um depósito de crianças/adolescentes, basta? Assim não vamos alcançar a qualidade no ensino. Imagina se alguns pais fossem até a professora e perguntassem para ela: O que a senhora precisa para colocar o seu trabalho, o seu projeto em andamento? Professores que ganham uma miséria e muitas vezes têm que tirar o dinheiro do próprio bolso para conseguir colocar em prática o seu trabalho, estes, acredito, trabalhariam com muito mais prazer sabendo que alguém está ali para apoiá-los.                                               
Importante ressaltar que o aquecedor não será retirado da sala, esta foi uma preocupação da direção: “Se doarem o aquecedor não poderão retirar da sala”. Segundo a diretora, ano passado, fizeram uma doação de uma geladeira e quiseram que a geladeira acompanhasse o filho no ano seguinte, ou seja, o filho mudou de sala, a geladeira muda também. Nem pensar, né, gente! A doação não deve ser feita para o filho e sim para a escola. O filho irá usufruir, mas se mudar de sala no ano seguinte, o que é provável, contribui-se novamente.
Então é isso, tome a iniciativa, seja solidário!
Alguém vai te olhar, perceber e acompanhar a sua luta, a sua ideia.
Pais, contribuam, participem da escola do seu filho, principalmente se ela for Pública!!

Vamos indo!!
            Abraços
                                                  Cristina Calazans
 




 Imagens:
http://sejasolidariobelem.blogspot.com
http://pointnoalvo.blogspot.com

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Precisamos mudar? Onde erramos ou acertamos? (Rodrigo Gabriel)






        Bom, analisando bem as imagens, percebo que nem “8 e nem 80”.
        No comportamento de 1969, a cobrança dos pais deve ser feita antes, durante e depois do processo e não arbitrariamente quando as notas chegam. A conversa deve ser feita em casa e não na frente da professora ou de qualquer que seja a pessoa. A atitude dos pais deixa a professora como “a dona do saber”, com o poder professoral, e sabemos que não há saber absoluto.
       Da mesma forma na imagem de 2009, não deve haver repressão. O autoritarismo dos pais prejudica o processo educativo num todo. Quanto a atitude dos pais, principalmente na frente do filho, deve exigir que este respeite a professora e reconheça seu papel essencial em sala de aula, além de tirar a autoridade da professora, estimula a agressividade na criança.
        A responsabilidade da nota não é de apenas um e sim de todo um processo, partindo da família.
      Percebo que quando o professor “abraça o problema” sozinho, ele acaba ficando prejudicado. O professor está na escola para dar aulas e não para resolver “pepinos”, para isto existe a direção e supervisão/coordenação. Pensando na charge de 2009, a professora deveria manter a autoridade e, sem se igualar aos pais, ou seja, sem agressão, chamaria os responsáveis da escola e juntos poderiam resolver o problema da agressividade dos pais e das notas do aluno.

          A partir disso: Precisamos mudar? Sim, e muito
Onde erramos ou acertamos? Erramos no autoritarismo, na agressão para alcançar nossos objetivos. Erramos quanto culpamos o outro pelo que é responsabilidade nossa.
Acertamos quando tomamos atitudes que levam à reflexão, que levam à conscientização, que promovam inclusão. Acertamos quando nos comprometemos (família/escola) Educar.


OBS: Faço parte do movimento “Queremos Ética” no Facebook.
O Rodrigo Gabriel, que é um dos organizadores do movimento, postou essas charges e fez as perguntas. Esse texto, com poucas modificações, foi a minha opinião.

A resposta do Rodrigo: “Defendo que nestas duas situações, poderia haver uma melhor. Os pais poderiam estar perguntando para os dois: “Por quê?“. A responsabilidade do ensino e do aprendizado é dos dois, o que vale é a ÉTICA para os dois lados, para o aprendiz e para o mestre. Assim poderão aprimorar suas técnicas de aprendizado e ensino.”

Se você também quiser deixar seu comentário, fique à vontade!! 

Um forte Abraço
Cristina Calazans