quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O Currículo tem a "cara" do Gestor




O currículo deveria ser, para muitos educadores, globalizado, eficaz, flexível. Porém, para grande parte dos profissionais da educação, se torna utopia um currículo assim. Preparar um currículo que abranja os atores escolares (Profissionais da educação, alunos e comunidade), dinâmico, eficiente, um currículo que atraia a comunidade escolar para que juntos trabalhem para a formação humana, que seja visto como um instrumento de melhoria no ensino é um desafio muito grande, mas não penso que seja impossível.

Acredito na frase que tem por aí: “A empresa é a cara do dono”. Também concordo com Moran quando ele diz: "O que é essencial para ter uma escola diferenciada? Uma boa escola começa com um bom gestor. Muitos excelentes professores são maus gestores, administradores. O bom gestor é fundamental para dinamizar a escola, para buscar caminhos, para motivar todos os envolvidos no processo.” (MORAN, J.M)
Por isso, a meu ver, é a partir do gestor que tudo começa. Quando o gestor é participativo, flexível, eficiente, dificilmente o currículo deixará de ter essas características.  

O gestor é quem “chama” os profissionais da “sua” instituição a fim de que conheçam seus alunos e sua comunidade. O gestor, juntamente com sua equipe escolar, atrai os outros atores escolares.  Assim se começa a pensar em um currículo que tenha base para os que irão ensinar e para os que irão aprender. Que possua elementos que abranja o convívio social dentro e fora da escola. Um currículo formulado em vista das dificuldades e das necessidades dos destinados. Que respeite as várias culturas, costume, crenças, tendo em vista que a escola é um lugar de formação e transformação social.

Para a escola de hoje possuir um currículo que seja indicador do processo ensino-aprendizagem, é necessário que a equipe gestora se preocupe com o que ensinar e como ensinar, cabe um trabalho efetivo do gestor junto à coordenação pedagógica da escola junto aos professores. O currículo escolar e a prática pedagógica da escola devem constituir o centro das preocupações da equipe gestora.

Com muito mais facilidade encontra-se "gestor ou diretor onipotente, detentor exclusivo da autoridade pedagógica e administrativa na escola", que centraliza o comando. Dificilmente encontra-se um gestor participativo, descentralizador. Raramente encontra-se um gestor que tenha disposição para construir um currículo fora dos muros da escola. Para isso seria necessário que o gestor e sua equipe se envolvessem no contexto social e real dos envolvidos.

Se for preciso construir um currículo articulado, flexível, participativo, descentralizador, eficiente é necessário ter um gestor com essa mesma “cara”. 

Abçs

Cristina Calazans

2 comentários:

  1. É verdade mesmo!
    Quando o gestor trabalha com currículos pré-definidos, torna o ensino limitado e, consequentemente, pouco interessante. Por outro lado, quando ele insere aspéctos locais ao currículo, a sociedade torna-se participativa, mesmo que indiretamente.
    Há muito que um bom gestor deixou de ser algo relacionado somente com empresas e chegou à educação, tornando cada vez mais importante a formação e a especialização dos profissionais da área!

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  2. Ei, Paula!!
    Se as escolas que deixam muito a desejar tivessem um bom gestor, muita coisa mudaria. O ensino/aprendizagem, o currículo... passaria ter mais significado, teria "vida".

    Bjus e obrigada pelo comentário!!

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