quinta-feira, 13 de junho de 2013

Bullying não é brincadeira.

Pensei que a maioria das pessoas já soubesse, até porque está na mídia, na boa do povo, mas depois que conversei com uma assistente social que me disse que o bullying só pode acontecer entre grupos, e após uma palestra assistida por minha família onde uma psicóloga disse que o bullying é uma brincadeirinha... que pode acontecer entre professor e aluno e, também, no trabalho, entre patrão e empregado, vi que não.
Diante das informações equivocadas pude perceber que muitas pessoas, por mais que tenham suas graduações escolares, não sabem identificar o que é o bullying, como também não sabem tratar esse problema. O bullying acontece a partir de pares, e o que a psicóloga relatou se trata de assédio moral. Além disso, o bullying não consisti em uma brincadeirinha, trata-se de um assunto sério que tem que ser visto e tratado com atenção e respeito.  No decorrer da palestra, minha família pôde perceber que muitos que estavam no auditório não sabiam o que é o Bullying e como deve ser tratado, isto a psicóloga não explicou, pois, pra ela, o que estava acontecendo na escola, era apenas uma brincadeirinha....


Sofri agressões psicológicas dentro das escolas as quais estudei, mas a maneira como as ações aconteciam era diferente. Não tinha essa intensidade e a agressividade que tem nos dias de hoje.  Ai que está à diferença. Como sabemos, os tempos mudam e a sociedade o acompanha, as agressões são outras ou parecidas, porém com mais constância e com um grau mais elevado.
Percebemos que o número de adolescentes envolvidos em crimes aumenta cada vez mais, isto denota que o quadro está mudado, que o comportamento humano está cada vez mais agressivo, muitas vezes inexplicável aos olhos do leigo. A prática do bullying pode ser incluída nessa mudança.

Há diferença entre assédio moral e bullyng.
Assédio moral:  "Acontece entre pessoas de hierarquias diferentes. Ou seja, do professor para o aluno, do chefe para com seus subordinados. E nesta relação entre desiguais, um agride e o outro não reage justamente por causa da sua relação hierárquica inferior, ora se o alvo reage, por exemplo, ele é demitido, recebe nota baixa ou é mandado para fora da sala de aula, depende de quem for ele (aluno ou funcionário, como no exemplo).".
Já o bullying pode acontecer a partir de pares, não se trata apenas de colocar apelidos nos colegas de escola, por exemplo, mas de uma situação constante que gera intimidação, exclusão. “Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas.” gerando consequências.
Por exemplo, falando de um ambiente escolar, uma pessoa começa caracterizar a outra através de apelidos ou fofocas, difama, ofende, isso se torna constante, espalha-se pelo grupo de colegas, geralmente é o infrator que espalha, pois seu principal objetivo é fazer a vítima sofrer, o agredido não consegue lidar com a situação, retrai-se, é excluído pelo grupo, abala seu emocional, não quer mais ir à escola, esse conjunto de situações é o bullying. 

O bullying chega a afetar o estado emocional do jovem de tal maneira que ele opte por soluções trágicas, como o suicídio. Para que a situação não chegue a esse ponto, os pais devem observar o comportamento de seus filhos a fim de tomar conhecimento e denunciar. Na maioria das vezes, a vítima não consegue por si só fazer a denuncia. Por outro lado, muitas escolas não dão acesso aos pais para falarem sobre o que seus filhos sofrem no ambiente escolar, por isso torna-se difícil tratar do bullying junto à escola. Esta deveria ouvir com o objetivo de tomar as medidas restaurativas. Essas medidas envolvem o agressor, a vítima, os familiares que se reúnem na escola, expõem os fatos relatando os motivos e as consequências do ato. A partir daí tentam achar uma solução para o problema, firmando acordos, pedindo desculpas. Mas se a justiça restaurativa não adiantar, não for possível ou suficiente para resolver o conflito, deve-se tornar caso de polícia, ou seja, se a escola não ouvir, ou tratar com descaso o problema, vá ao conselho tutelar, ligue 100 ou nos telefones: (61) 2025-3116 / 9825 / 3908 – Ouvidoria dos Direitos Humanos – e vá também à polícia. O que não se pode fazer é esperar para ver onde chegará atitude(s) constantemente agressiva. É preciso fazer avaliações diagnósticas e tomar decisões a fim de impedir a agressão física.   

Cristina Calazans