segunda-feira, 27 de junho de 2011

Precisamos mudar? Onde erramos ou acertamos? (Rodrigo Gabriel)






        Bom, analisando bem as imagens, percebo que nem “8 e nem 80”.
        No comportamento de 1969, a cobrança dos pais deve ser feita antes, durante e depois do processo e não arbitrariamente quando as notas chegam. A conversa deve ser feita em casa e não na frente da professora ou de qualquer que seja a pessoa. A atitude dos pais deixa a professora como “a dona do saber”, com o poder professoral, e sabemos que não há saber absoluto.
       Da mesma forma na imagem de 2009, não deve haver repressão. O autoritarismo dos pais prejudica o processo educativo num todo. Quanto a atitude dos pais, principalmente na frente do filho, deve exigir que este respeite a professora e reconheça seu papel essencial em sala de aula, além de tirar a autoridade da professora, estimula a agressividade na criança.
        A responsabilidade da nota não é de apenas um e sim de todo um processo, partindo da família.
      Percebo que quando o professor “abraça o problema” sozinho, ele acaba ficando prejudicado. O professor está na escola para dar aulas e não para resolver “pepinos”, para isto existe a direção e supervisão/coordenação. Pensando na charge de 2009, a professora deveria manter a autoridade e, sem se igualar aos pais, ou seja, sem agressão, chamaria os responsáveis da escola e juntos poderiam resolver o problema da agressividade dos pais e das notas do aluno.

          A partir disso: Precisamos mudar? Sim, e muito
Onde erramos ou acertamos? Erramos no autoritarismo, na agressão para alcançar nossos objetivos. Erramos quanto culpamos o outro pelo que é responsabilidade nossa.
Acertamos quando tomamos atitudes que levam à reflexão, que levam à conscientização, que promovam inclusão. Acertamos quando nos comprometemos (família/escola) Educar.


OBS: Faço parte do movimento “Queremos Ética” no Facebook.
O Rodrigo Gabriel, que é um dos organizadores do movimento, postou essas charges e fez as perguntas. Esse texto, com poucas modificações, foi a minha opinião.

A resposta do Rodrigo: “Defendo que nestas duas situações, poderia haver uma melhor. Os pais poderiam estar perguntando para os dois: “Por quê?“. A responsabilidade do ensino e do aprendizado é dos dois, o que vale é a ÉTICA para os dois lados, para o aprendiz e para o mestre. Assim poderão aprimorar suas técnicas de aprendizado e ensino.”

Se você também quiser deixar seu comentário, fique à vontade!! 

Um forte Abraço
Cristina Calazans

domingo, 19 de junho de 2011

Falta Comprometimento

Estava lendo uma matéria no jornal O Dia e lembrei....
Assim que chegamos aqui em Alegrete resolvemos, devido ao pouco tempo que vamos ficar na cidade (menos de um ano), colocar as nossas filhas em uma escola pública.               Visto que a maioria das pessoas da cidade indicava a Escola Demétrio Ribeiro como a “melhor”, resolvemos (eu e meu marido) matriculá-las nesta escola. 
Desde que começaram as aulas, já passamos por muitos desafios, mas resolvemos não tirar as nossas filhas de lá porque sempre temos a esperança que tudo irá ser resolvido, que não podemos fugir dos problemas, pois quem está em busca de uma educação de qualidade não pode dar as costas para os problemas que surgem na educação, tem que procurar resolver, mesmo com muitos incômodos. Surgem problemas atrás de problemas (alguns já coloquei aqui no blog). O fato mais recente que enfrentei foi  parecido com o que li esses dias no O Dia Online – Rio:
 “A briga aconteceu porque Cristiane foi à escola há dias pedir providências porque seu filho foi apelidado de "Gordo" pelos colegas de sala de aula. A mãe foi até a direção da escola e pediu providências. No entanto, a decisão tomada foi pela transferência de colégio do menino, o que deixou irritada a mãe da criança.”
Comparando o fato que aconteceu comigo com a reportagem, uma das diferenças foi que não agredi a coordenadora. Quem me conhece sabe que sou de reivindicar, de resolver os problemas, mas sem ataque físico ou moral, porém a vontade foi grande de dar nela, aaah, foi!! Afinal de contas, não sou de ferro!! Se vontade não fosse uma coisa que dá e passa e se eu não soubesse que poderia ser processada por partir pra cima dela, não sei o que seria. A própria colega da coordenadora, que é profissional, porque me ouviu com seriedade, também estava na sala e quando teve uma oportunidade falou: “Nossa, pensei que você fosse avançar nela” e eu disse: "vontade não faltou".
O acontecimento se deu porque uma menina da sala da minha filha mais velha (12 anos) xingou ela de “puta” sem o menor sentido, passou o bilhete para outra colega.... Na escola, o histórico da menina que originou a afensa é de que ela parte para brigas com os colegas, com ela não tem diálogo. A minha filha sabendo disto, quando soube do bilhete que a ofendia, procurou a diretora e a entregou o bilhete, porém a diretora não tomou as providências, passsaram-se quase duas semanas e nada. Então tive que ir à escola, maaaais uma vez,  para saber porque ainda não tinha sido tomada as devidas providências, por que ainda não tinham chamado as duas para conversar?  
Uma das coordenadoras, ao entrar na sala que eu estava, começou com cinismo e deboche com a minha cara e disse, pela segunda vez, que era para procurarmos outra escola.... O que eu pude “dizer” pra ela, eu disse: “Você é cínica, debochada, irresponsável, não tem o mínimo de profissionalismo e, além disso, é incapaz de resolver problemas, ao invés de resolver, prefere dizer para os pais que retirem seus filhos da escola..." e daí por diante.
Acontece que quando encontra-se pessoas que não consegue se controlar a fim de não agredir ou que não sabem como funciona a Lei, o resultado é esse da matéria.
A meu ver, esses “profissionais”, como já disse em outro post, estão dentro das escolas para prejudicar os que querem uma educação de qualidade.  
Os professores gostam muito de falar: Os pais não procuram saber dos filhos na escola, no entanto, quando vão procurar saber, são tratados com deboches, cinismos, desconsideração, falta de respeito pelos que deveriam estar lá para ajudar e não para atrapalhar o processo educativo.   
O que está faltando é comprometimento tanto dos profissionais da educação como dos pais. Os profissionais da educação têm que, literalmente, lidar com a Educação. Professores têm que procurar se atualizar, muitos têm anos de magistério, de carreira, pensam que já sabem tudo, agem como se não precisassem de mais nenhum conhecimento. Vejam só: A professora da minha filha mais nova, disse na reunião do início do ano que tem mais de 20 anos de profissão, que irá continuar com o mesmo sistema de todos esses anos, não é a favor de métodos novos... imagina como fiquei, ouvindo isso na primeira reunião escolar?  Ela alfabetiza desde o século passado e quer continuar alfabetizando do mesmo jeito, como se não existisse evolução. Esse foi o primeiro desafio que enfrentei. 
Os gestores precisam estar mais presentes e atuarem com liderança. Orientadores/coordenadores precisam ser profissionais quando os pais vão à escola para saber de seus filhos. Quanto aos pais, não podem fazer das escolas depósitos de crianças e adolescentes deixando de lado a vida escolar dos filhos, deixando de cobrar o ensino que merecemos presenciar e que nossos filhos merecem receber. Os pais precisam estar atentos, precisam ir à escola questionar o que falta, saber o porquê dos problemas que surgem, precisam fiscalizar.
            Agora dei um tempo de levar as crianças, tenho que pegar fôlego, quem está indo levar as meninas todos os dias é meu marido. Todos os dias ele vai fiscalizar se a professora da minha filha mais nova, que está no 2º ano do ensino fundamental I, está indo dar aulas, pois ela estava deixando uma estagiária de 17 anos que está terminando o curso do ensino de nível médio para formação de professores primários, sozinha, em sala de aula, ensinando para as crianças que antes de Pedro Álvares Cabral vir para o Brasil ele estava indo para a China. É cara (o) amiga (o), “né brinquedo não!”, é isso mesmo que você “ouviu”, Cabral estava indo para a China, acredita nisso?!! Quando peguei o caderno da minha filha para estudar com ela, achei que minha filha tinha entendido errado ou tinha escrito errado, mas ela dizia pra mim: “Não mãe, a profe disse assim mesmo...”. Claro que o maior erro aí não foi da estagiária e sim de quem não fiscalizava o trabalho dela. Esse foi mais um problema que já foi resolvido e que está sendo fiscalizado.
Tenho que confessar que a luta é grande, o desgaste é enorme, temos que pegar firme com as crianças aqui em casa também, pois o conteúdo não é muito problematizado nas aulas e por isto entendo quando os meus amigos preferem trocar seus filhos de escola ou colocá-los em uma particular. Pensamos, e não foi somente uma vez, voltar as nossas filhas para a escola particular, mas pensamos também: Problemas nós temos, mesmo nas escolas particulares, por que elas não podem receber uma educação de qualidade na escola pública, visto que também pagamos por ela? Tenho que confessar, também, que o gosto da vitória é maior ainda, vale a pena!!
Quando sairmos daqui de Alegrete, estamos fortalecendo a ideia de continuar na luta, ou seja, não tirá-las de escola pública (isso se a gente conseguir ficar vivo até lá rsrsrs), brincadeiras à parte, esta nossa decisão está se fortalecendo porque, apesar de todos esses aborrecimentos, estamos conseguindo alcançar o que todos nós merecemos, ou seja, um tratamento e um ensino digno para as nossas filhas.

A matéria está aqui:


Um abraço bem apertado e a luta continua companheiros (as)!!!

Cristina Calazans